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20 de Abril de 2024
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    Igualdade racial é debatida na “Semana da Defensoria Pública”

    Desafios institucionais e cotas foram os destaques das palestras

    A “Semana da Defensoria Pública – Pela Igualdade de Direitos” continua. Na manhã desta quarta-feira (24), o auditório da Escola da Defensoria recebeu o debate sobre igualdade racial, que foi marcado pela presença da conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Indira Quaresma e, do subsecretário de igualdade racial da Secretaria Adjunta de Desenvolvimento Social (SEDESTMIDH), Victor Nunes Gonçalves. O defensor público do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, Fabio Levino, mediou o debate.

    Na ocasião, Indira Quaresma falou aos presentes sobre sua experiência como Procuradora Federal, quando defendeu a implantação do sistema de cotas na Universidade de Brasília (UnB). A palestrante fez uma retrospectiva na história do Brasil, a fim de lembrar aos presentes que o racismo é estrutural no país, ou seja, não necessariamente está em forma de agressão, mas em sutilezas como padrões de beleza, ou identificação da população negra apenas em profissões braçais.

    “As ações afirmativas como as cotas nas universidades e, agora, as cotas no serviço público, serão necessárias por um longo período. Por muito tempo, os negros brasileiros foram completamente e conscientemente alijados das riquezas econômicas e intelectuais do país e não se altera rapidamente um quadro de desigualdade, como o que foi pintado no Brasil, desde que o primeiro navio negreiro aportou nessas terras”, defendeu Quaresma.

    O defensor público Fábio Levino lembrou que o debate acerca do racismo é, muitas vezes, desviado para a discussão sobre desigualdade social e que isso atrapalha no aprofundamento da temática racial. “Esse racismo estrutural legitima, em muitas ocasiões, atitudes excludentes. E isso é refletido na nossa sociedade, onde 52% da população é negra, mas, no topo da nossa pirâmide econômica, isso não se reflete”, ressaltou Levino.

    Com relação à disparidade econômica, o subsecretário de igualdade racial, Victor Nunes Gonçalves, explicou que a população negra tem dificuldade no acesso às áreas de poder e que isso pode ser notado por meio da pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) no ano passado, que destacou a enorme diferença em relação aos cargos de chefia. “De 1.916 cargos de diretoria das grandes empresas brasileiras, apenas três são ocupados por mulheres negras e vinte por homens negros. Ou seja, as empresas não abrem espaço para a população negra”, ressaltou Gonçalves.

    O evento foi destinado aos defensores, servidores, estagiários e colaboradores da Defensoria Pública e aberto ao público. Na ocasião, ainda estiveram presentes a subdefensora pública-geral do DF, Karla Núbia; a subsecretária de Atividade Psicossocial da Defensoria, Roberta de Ávila e; a coordenadora da Escola da Defensoria, Paula Ribeiro.

    Natália Picarelli

    da Assessoria de Comunicação

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