Pais devem estar atentos aos sites que os filhos navegam

O jogo “Baleia Azul”, que causou preocupação entre pais de adolescentes do mundo inteiro, teve uma reviravolta no Brasil. Na última terça-feira (18), a Polícia Civil do Rio de Janeiro criou uma operação chamada “Aquários” em que foram expedidos mandados de prisão e de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento no jogo.

A operação ocorre no Amazonas, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. A polícia já apreendeu computadores e celulares para avaliar se os equipamentos podem ajudar a identificar os “curadores” do jogo, que é praticado em comunidades fechadas de redes sociais e instiga os participantes a cumprirem 50 tarefas, sendo que a última delas é o suicídio.

Até o momento, a Defensoria Pública do Distrito Federal não cuidou de nenhum caso relacionado ao “Baleia Azul”. Mas a defensora pública do Núcleo da Infância e Juventude, Gabrielle Bezerra, alerta que os pais devem estar atentos aos sites que os filhos navegam e se preciso for, utilizar a ferramenta de bloqueio de navegação. “Ao notar que o filho começa a ter atitudes incomuns da rotina, os pais devem conversar e tentar entender, porque a melhor forma de ajudar nesses casos é fazer com que a criança ou o adolescente se sinta acolhido, por conta de uma possível depressão que o jogo pode causar”, explica a defensora.

Vale destacar que, de acordo com o artigo 122 do Código Penal, incitar uma pessoa ao suicídio é crime, sob pena de prisão de dois anos e seis meses caso o ato seja consumado e, um ano e três meses, caso ocorra apenas a tentativa.

Bezerra acrescenta a importância de registrar uma ocorrência. “É preciso denunciar e tomar todas as medidas necessárias para por fim às ações que oferecem riscos. A Defensoria pode atuar nos processos criminais na condição de Curador Especial da vítima, criança ou adolescente que esteja sendo manipulada, coagida ou assediada. Caso a vítima chegue ao extremo, retirar a própria vida, não é possível a atuação da Curadoria Especial”, esclarece a defensora.

O jogo

Os primeiros relatos surgiram no inicio de 2016 na Rússia e foi associado a mais de 100 mortes que ocorreram por todo o mundo. Com a vinda para o Brasil, o jogo passou por alguns estados, tendo um dos primeiros casos registrados no Rio de janeiro. Em um primeiro momento, os participantes devem executar uma série de desafios, são 50, passando por mutilações, humilhações, isolamento social e até o desafio final que seria quando o jovem tira a própria vida cometendo suicídio.

da Assessoria de Comunicação