Lixão da Estrutural é fechado para receber resíduos sólidos
Às 9h40 de hoje (20), o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, decretou o fechamento do aterro controlado do Jóquei, popularmente chamado de lixão da Estrutural. O aterro estava em atividade desde 1950. Como ato simbólico, o último caminhão que entrou no local estava carregado de balões de gás para representar que o espaço não vai mais receber nenhum resíduo sólido. Além disso, o governador fechou o portão do lixão com correntes de ferro e cadeado. “Podemos fechar o lixão em paz. Investimos no diálogo. Qualquer caminhão, veículo, flagrado jogando lixo em local inadequado será apreendido. Esse é o esforço de uma Brasília limpa. Estamos fechando uma ferida cravada no coração de Brasília e do Brasil”, diz Rollemberg.
A Defensoria Pública do Distrito Federal acompanhou todo o processo de fechamento do lixão. “O fechamento do lixão aparentemente se mostrava uma tarefa fácil: apenas não deixar que os caminhões de lixo fossem para aquele espaço. Mas, ao longo do processo, quando tudo começou a ser movimentado, verificou-se que não era tão simples assim. Várias pessoas estavam envolvidas na cadeia produtiva dos resíduos sólidos e eram pessoas muito sensíveis com as mudanças por estarem nas camadas mais desfavorecidas da sociedade. Foi um ponto bastante delicado dessa transição. E foi exatamente aí que a Defensoria Pública desempenhou o seu papel. Nós ajudamos os catadores a entenderem os direitos deles e que tivessem uma realocação”, explica o defensor do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Werner Rech.
A partir de agora, todos os rejeitos serão despejados no Aterro Sanitário de Brasília, em Samambaia e os catadores serão transferidos para cinco galpões localizados nos Setores de Indústria e Abastecimento (SIA) e Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA), no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN) e em Ceilândia.
“O encerramento do lixão representa o fim de um capítulo da história dos resíduos sólidos do DF. Ele cumpre uma parte da sentença da ação civil pública de 1996 que determinou o fechamento do lixão. Falta realizar a recuperação ambiental da área do lixão e a disposição correta dos resíduos sólidos”, esclarece Werner e acrescenta: o trabalho da Defensoria continua. “Vamos verificar se os catadores estão com volume suficiente de lixo para conseguirem se sustentar e a melhoria dos índices recicláveis”, conclui o defensor.
Toneladas de lixo
De acordo com o diretor técnico do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Paulo Celso dos Reis, o lixão da Estrutural recebia diariamente em torno de 2 mil e 700 toneladas de resíduos domiciliares e cerca de 4mil a 5 mil toneladas de resíduos da construção civil, quase 7 mil toneladas diárias. “Segundo o último levantamento realizado em 2016, tínhamos um contingente de 2 mil catadores, sendo mil trabalhando diariamente”, conta Reis.
O governo de Brasília subiu de R$90,00 para R$300,00 o pagamento por tonelada de resíduo separado.“Historicamente em todo o DF, são 34 cooperativas e no lixão trabalhavam 8. Temos aproximadamente 2 mil e 700 toneladas por mês de retirada de material para revenda”, resume o diretor técnico do SLU.
Construção Civil
Apenas uma parte do lixão da Estrutural vai ser fechada. O local vai continuar recebendo os rejeitos da construção civil. “É uma situação temporária, transitória. Está previsto para que a Terracap coloque à disposição duas áreas privadas de 40 mil m² cada para a recepção desse material e a reciclagem. A Terracap está com essa licitação pronta e a possibilidade é que isto aconteça no segundo semestre. Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o gerador do resíduo é responsável pela sua reciclagem, gestão e pelo custo advindo dessa operação. O governo vai disponibilizar essas duas áreas, mas quem vai realizar o trabalho é a iniciativa privada” adianta o diretor técnico do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Paulo Celso dos Reis.
Recuperação ambiental
Os resíduos que permanecem no lixão serão cobertos com terra para ajudar na decomposição. O Governo de Brasília pretende abrir uma licitação para elaborar um estudo que viabilize a reutilização daquele solo.
Priscila Leite
da Assessoria de Comunicação
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.